11° PRESIDENTE DA PRIMEIRA REPUBLICA
Epitácio Pessoa
Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa foi o 11º presidente do Brasil que governou o país de 1919 a 1922, durante o período conhecido como República Velha, após o breve mandato do mineiro Delfim Moreira, rompendo assim, com o sistema político chamado de “café com leite” cuja oligarquia paulista e mineira alternavam o poder. Além disso, Epitácio destacou-se como Jurista e professor de Direito e ainda, foi Patrono da cadeira n° 31 da Academia Paraibana de Letras.
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Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa |
Epitácio Pessoa foi um presidente do Brasil que governou de 1919 a 1922. Ele foi eleito após o fim da Primeira Guerra Mundial e enfrentou desafios econômicos e sociais. Pessoa foi conhecido por sua política fiscal conservadora e por seu apoio ao setor industrial. Durante seu governo, o Brasil começou a se industrializar e a diversificar sua economia. Além disso, Pessoa buscou fortalecer a imagem do país no cenário internacional, participando de várias conferências internacionais e tratados comerciais. Em geral, sua presidência é vista como uma transição importante para o desenvolvimento econômico e político do Brasil no século XX. Contudo, houveram também muitas insatisfações com seu governo principalmente por parte dos fazendeiros cafeicultores.
Epitácio inseriu uma política de medidas de gastos, bem como diversas obras de infraestrutura no nordeste (construção de ferrovias, poços, açudes, dentre outros), com o intuito de combater a seca que assolava a região; e, com a construção de 500 km de linhas férreas, oferecer maiores condições de acesso ao sertão nordestino. Além disso, o presidente investiu no sul do país, com a construção de mais de 1.000 km de ferrovias.
Durante seu governo, Epitácio Pessoa contou com o apoio de diversos setores da sociedade brasileira, incluindo a elite política e empresarial, além de parte da população trabalhadora. Entre seus aliados políticos, destacam-se os conservadores e os liberais, que apoiavam suas políticas econômicas e fiscais. Além disso, Pessoa tinha o apoio de importantes setores industriais, como a bancos, empresas de transporte e siderúrgicas, que prosperaram durante seu governo.
Epitácio Pessoa só presidiu por apenas anos devido a uma combinação de fatores políticos e econômicos. Em primeiro lugar, sua presidência foi marcada por uma série de crise financeiras e econômicas, incluindo a queda dos preços do café, que afetou negativamente a economia brasileira. Além disso, Pessoa enfrentou críticas e oposição de diversos setores da sociedade, que questionavam sua gestão econômica e sua política fiscal conservadora. Pessoa renunciou à presidência e deixou o cargo após inúmeras seções de distúrbios. Em resumo, as crise econômicas, a oposição política e a revolta militar levaram à interrupção prematura de seu mandato presidencial.
Nesse contexto podemos citar A revolta do forte de Copacabana e a crise das cartas falsas de Arthur Bernardes, Candidato a presidência sucessora de Epitácio
Cartas falsas de Artur Bernardes foi o nome pelas quais ficaram conhecidas duas cartas publicadas nos dias 9 e 10 de outubro pelo jornal Correio da Manhã que supostamente haviam sido escritas por Artur Bernardes ao senador Raul Soares. Naquela ocasião, Bernardes era o presidente do estado de Minas Gerais e estava concorrendo à presidência da República. Nestas cartas continham ofensas a Nilo Peçanha, seu concorrente na disputa presidencial, e também um questionamento da integridade moral das forças armadas.
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Arthur Bernardes o sucessor de Epitácio |
A primeira carta Teria sido escrita no dia de 3 de junho de 1921. Nela o marechal Hermes da Fonseca era chamado de “sargentão sem compostura”. O banquete em que foi lançada oficialmente sua candidatura ao cargo de presidente do Brasil foi classificado como uma “orgia”. A respeito dos militares dizia que era necessário que entrassem na disciplina e ao se referir ao então presidente da república Epitácio Pessoa, afirmava que era necessário que ele demonstrasse pulso e energia : “punindo severamente esses ousados, prendendo os que saíram da disciplina e removendo para bem longe esses generais anarquizadores. Se o Epitácio, com medo, não atender, use de diplomacia, que depois do meu reconhecimento ajustaremos contas. A situação não admite contemporizações, os que foram venais, que é a quase totalidade, compre-os com todos os seus bordados e galões”
A segunda Teria sido escrita no dia 6 de junho de 1921, se referia a uma prorrogação da Convenção, “porque ela deveria ter sido realizada antes da chegada do Nilo, pois com V. disse, esse moleque é capaz de tudo. Remova toda dificuldade como bem entender, não olhando despesas”.
A Revolta do Forte de Copacabana” (“Os 18 do Forte” ou “Revolta dos 18 do Forte de Copacabana”) foi um movimento político-militar, considerado a primeira revolta do movimento tenentista.
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A revolta do forte de Copacabana ou revolta dos 18 |
Os tenentistas possuíam ideais positivistas, estavam ligados às forças armadas, lutavam por uma política democrática de forma que se posicionavam contra o governo e o sistema oligárquico vigente (poder concentrado nas mãos das elites agrárias tradicionais).
Liderada pelo tenente-coronel Euclides Hermes da Fonseca, filho do Marechal Hermes da Fonseca, os quais reivindicavam o fim da República Velha e do sistema oligárquico (na época a política do café com leite.
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Tenente-Coronel Euclides Hermes da Fonseca Herdeiro do ex-presidente Marechal Hermes |
Como resposta a revolta, Epitácio pessoa ordens o fechamento do clube militar do rio de janeiro e prisão do ex-presidente Hermes da fonseca.
De início a revolta contava com 301 combatentes. Uma vez atingidos, o tenente -coronel permitiu que os militares deixassem o forte. Restavam então 29. Desses sai o próprio Euclides para negociação com o governo e ficam 28 combatentes no forte resistindo ao sistema mas sem sucesso no intento. Uma vez que o movimento minguava, a bandeira do forte foi rasgada em 28 pedaços dados a cada um dos militares que restaram. Não satisfeitos com tal resultado, saíram do forte rumando pela avenida atlântica em direção ao palácio do catete donde se depararam com os soldados do governo. decorrente de um tiroteio, 10 deles se dispersaram e os 18 restantes, resolvem seguir, indo de encontro com as forças legalistas, que contavam com 3.000 soldados. Por fim, os únicos sobreviventes, dentre os revoltosos, foram os militares Antônio de Siqueira Campos (1898-1930) e Eduardo Gomes (1896-1891), os quais ficaram bastante feridos. O embate causou um grave ferimento no fêmur esquerdo de Eduardo Gomes.
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Antônio de Siqueira campos |
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Eduardo Gomes |
Um nome que também e de suma importância nesse enredo e o do Luis Carlos Prestes, tenente-coronel do Exército Brasileiro que havia se juntado a outros militares descontentes para liderar a revolta. Esteve presente desde os fundamentos da revolta contudo não participou do ato por haver contraído tifo.
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Luis Carlos prestes. Um dos maiores pilares da revolta dos 18 |
Um apóstrofe oportuno:
“Tifo é o nome dado a várias doenças infectocontagiosas consideradas agudas e que são causadas pela bactéria do gênero Rickettsias. Após a infecção, o microrganismo se desenvolve nas células do indivíduo, desencadeando sintomas que podem se espalhar rapidamente pelo corpo.”
A revolta militar de 1922 teve profundas implicações para a política brasileira e contribuiu para a instabilidade política do país na década de 1920. Além disso, a rebelião foi uma das principais influências na formação da ideologia de Prestes e no desenvolvimento de sua carreira política posterior. Em resumo, a revolta militar de 1922 foi um importante marco na história política e social do Brasil, que teve impactos duradouros na vida política do país.
O final do mandato de Epitácio foi marcado por sérias conturbações políticas. Enquanto os Estados de Minas Gerais e São Paulo indicavam Artur Bernardes para a sucessão presidencial, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco não concordaram e lançaram a candidatura de Nilo Peçanha, desencadeando a segunda crise política das oligarquias
Epitácio pessoa faleceu a 13 de fevereiro de 1942 – Petrópolis, RJ, em decorrência de complicações do mal de Parkinson.
Em 23 de maio de 1965 (exatamente no centenário de nascimento do ex-presidente da República), seus restos mortais, junto com os da esposa, Mary Sayão Pessoa, foram solenemente inumados no “Museu e Cripta de Epitácio Pessoa” [denominação oficial], onde ainda hoje permanecem, recebendo a visitação pública.
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Museu e cripta de Epitácio Pessoa |
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