O NONO PRESIDENTE DA REPUBLICA VELHA


 Venceslau Braz Pereira Gomes foi o nono presidente do Brasil de 1914 a 1918 sucedendo o marechal Hermes da Fonseca, de quem era então vice. Durante sua presidência, Braz enfrentou vários desafios, incluindo a Primeira Guerra Mundial, a crise financeira e a oposição dos conservadores. Ele também tentou implementar reformas para melhorar as condições econômicas e sociais do país.


Venceslau Braz Pereira Gomes. O presidente que encarou a primeira guerra e diversas greves no país 


Durante sua presidência, Venceslau Braz tentou inserir várias reformas para melhorar as condições econômicas e sociais do país. Ele buscou a modernização do país, com uma política de estímulo ao desenvolvimento econômico, através do investimento em infraestrutura, como ferrovias, portos e estradas. 

No entanto, sua presidência também foi marcada por muitos problemas, como a oposição dos conservadores e a crise financeira causada pela Primeira Guerra Mundial, o que dificultou a implementação de suas reformas.

Venceslau Brás sancionou o primeiro Código Civil brasileiro, aprovado pelo Congresso em 1915. Foi sob o comando de Venceslau Brás que o Brasil decidiu também entrar na 1ª Guerra Mundial, após navios brasileiros terem sido afundados pela marinha alemã. No entanto, a participação brasileira no conflito se restringiu ao envio de um corpo de médicos e um grupo expedicionário para patrulhar parte da costa africana e o Atlântico Norte.

A oposição dos conservadores foi um dos principais desafios enfrentados por Venceslau Braz durante sua presidência. Os conservadores eram liderados por políticos tradicionais, que se opunham às mudanças propostas por Braz e defendiam a manutenção do status quo. Eles se opunham a sua política de modernização do país e às reformas que ele tentou implementar, como a reforma agrária e as reformas políticas. Além disso, eles eram contrários à sua política de neutralidade durante a Primeira Guerra Mundial, argumentando que o Brasil deveria se alinhar aos países aliados.

Está oposição se manifestou em diversos setores, como o Congresso, o Judiciário e a imprensa, e prejudicou a implementação de muitas das medidas propostas pelo governo. Isso também levou a uma polarização política e aumentou a instabilidade política no país, o que dificultou a governabilidade.

Os líderes da oposição conservadora durante a presidência de Venceslau Braz incluíam figuras políticas tradicionais, como o senador Rui Barbosa e o deputado Epitácio Pessoa. Rui Barbosa era um advogado e político experiente, que havia desempenhado vários cargos públicos, incluindo ministro da Justiça e presidente do Senado. Ele se opunha às reformas propostas pelo governo e defendia a manutenção do status quo. Epitácio Pessoa era um empresário e político que havia sido governador do estado de Pernambuco e também se opunha às reformas propostas pelo governo.


O bom  civilista Rui Barbosa 

Além disso, a oposição conservadora contava com amplo apoio entre a elite política e econômica do país, incluindo os grandes proprietários de terras, os banqueiros e os empresários. Esses setores se opunham às propostas de reforma agrária e às políticas econômicas do governo.


Um apóstrofe oportuno:


"Status Quo ou Statu quo é uma expressão do latim que significa “estado atual”.

O status quo está relacionado ao estado dos fatos, das situações e das coisas, independente do momento. O termo status quo é geralmente acompanhado por outras palavras como manter, defender, mudar e etc.

Neste sentido, quando se diz que “devemos manter o status quo”, significa que a intenção é manter o atual cenário, situação ou condição, por exemplo"

Epitácio pessoa. Então governador
De Pernambuco e grande opositor
Do governo Venceslau 

A Primeira Guerra Mundial afetou significativamente o governo de Venceslau Braz. Ao início da guerra, o Brasil adotou uma política de neutralidade, mas logo se viu impactado pelos conflitos. A guerra interrompeu as rotas comerciais tradicionais, o que afetou a economia brasileira, especialmente a exportação de produtos agrícolas, como o café. Além disso, a guerra causou uma escassez de materiais e uma alta nos preços, o que levou a uma crise financeira e inflacionária no país.


A política de neutralidade do governo também foi alvo de críticas, especialmente de parte da oposição conservadora, que pressionava para que o Brasil se alinhasse aos países Aliados. Isso levou a uma polarização política, com a oposição acusando o governo de não estar defendendo os interesses nacionais.

Além disso, a guerra também afetou a segurança interna do país, com o aumento de tensões entre os diferentes grupos políticos e sociais. Isso levou a uma instabilidade política e dificultou a governabilidade.

Grandes prejuízos políticos, financeiros e morais
Eis a primeira guerra mundial 


Em resumo, a Primeira Guerra Mundial teve um impacto significativo na presidência de Venceslau Braz, afetando a economia, a política externa e a segurança interna do país. E também agravou as oposições já existentes contra sua gestão.

Venceslau Braz teve alguns aliados políticos durante sua presidência. Ele era líder do Partido Republicano Paulista, um dos principais partidos políticos na época, e contou com o apoio de alguns políticos e líderes partidários. Alguns dos aliados mais proeminentes incluíam o vice-presidente Delfim Moreira, que também era líder do Partido Republicano Paulista, e outros políticos progressistas e republicanos. Como e o caso do deputado pinheiro Machado, que desiste de sua candidatura a presidência em prol do apoio ao par político.


Deputado Pinheiro Machado. Abriu mão da candidatura em prol do apoio a Venceslau 



Delfim Moreira vice presidente do
 governo Venceslau e forte aliado 
Politico



Mais uma vez temos o civilista Rui Barbosa derrotado.


Ele também contou com o apoio de alguns setores sociais, como camponeses e trabalhadores, que se beneficiaram das políticas de reforma agrária e outras medidas para melhorar suas condições econômicas e sociais.


No entanto, sua presidência também foi marcada por uma forte oposição de outros setores políticos e sociais, como os conservadores e a elite política e econômica, que se opunham às suas políticas de modernização e reformas


Muitos foram os impecilios que ocorreram neste governo. Desses vamos ao mais pungentes:

as greves operárias que tiveram seu auge em 1917, na cidade de São Paulo. Com um processo de industrialização acelerado em decorrência das dificuldades de fornecimento pelo mercado mundial, durante a Primeira Guerra Mundial, o Brasil viu crescer o número de operários entre seus habitantes. Com forte influência do anarquismo, os operários brasileiros já vinham realizando várias greves desde o início do século. Entretanto, em 1917, a cidade de São Paulo viu a eclosão de uma greve geral que foi duramente reprimida, causando a morte de um operário cujo enterro paralisou a cidade e a transformou em um campo de batalha


Comumente presentes no país dessa época, as greves tornaram grande ferramenta opositora do governo


Não deixemos de citar novamente a guerra do contestado. Herança que Hermes da Fonseca recebeu de seu antecessor Nilo Peçanha e que repassou a maldita para o Venceslau.


Ainda no campo dos efeitos da primeira guerra mundial, onde o Brasil se colocou contra a Alemanha, o governo teve de tomar algumas decisões fortes como por exemplo:

Para conter a queda do preço foram queimadas cerca de três milhões de sacas, assegurando a valorização do produto entre 1917-1920. Nesse processo, o país deixou de ser apenas um exportador de café e borracha. Passou a produzir diversas mercadorias (algodão, tecidos, carvão, carnes, cereais), a extrair mais metais (manganês e ferro), além de desenvolver a indústria bélica, usinas elétricas e siderúrgicas.

Tais eventos e movimentos econômicos aqueceram as exportações de nossos produtos para países aliados, encarecendo vultuosamente os preços aqui. Isso dado pelo fato de que a política mercante aplicava os valores de exportação também no território nacional. Resultado: mais uma hecatombe de greves como a  da categoria dos operários das indústrias têxteis de São Paulo e do Rio de Janeiro. Em São Paulo, aderiram à greve cerca de cinquenta mil trabalhadores. Em represália às paralisações, o governo federal enviou navios de guerra para o porto de Santos. No entanto, o movimento grevista continuou ativo e eclodiram constantes greves até o ano 1919. Não houve empenho do governo federal para atenuar o problema da carestia, e para conter o movimento grevista os operários do setor têxtil receberam 10% de aumento salarial.


Outro fato a se mencionar sobre o governo de Venceslau Brás foi o surgimento da Gripe Espanhola no Brasil, que causou a morte de 15000 pessoas. Venceslau Brás foi substituído na presidência por Delfim Moreira, em 1918.


A hecatombe sanitária que marcou o governo Venceslau Braz 


Venceslau Brás faleceu aos 96 anos em 15 de maio de 1966 na cidade de Itajubá – minas gerais de causas naturais.


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